Ao sopro orvalhado de uma manhã primaveril, o Ypê roxo, deixava cair mansamente suas flores,
Sobre o chão empoeirado, um tapete colorido formava uma paisagem.
Pétalas perfumadas e um homem ajoelhado em reverência…
O silêncio era quase total, – carros passavam, e aquele ser abria os braços expondo suas roupas puídas.
Joelhos a mostra sobre pétalas arroxeadas que embalava sua alma numa sentida oração.
Parei silenciosamente acompanhando o culto ecumênico, pois Deus estava ali, naquele círculo de flores trapejantes.
Ventanas expunham reposteiros de luz…quais mímicas de um artista indiferentes aos que por ali passavam.
Movido por um sentimento extasiado, pus-me a conversar com o meu coração, a procurar um pincel para debuxar tamanha criação Divina.
Flores acoitadas pelo vento descreviam no ar um poema de luz.
Suspirei lentamente buscando o artista daquela manhã, e na primeira inspiração me veio a lembrança de Jesus, ao sopé de uma montanha falando das Bem Aventuranças aos mansos… E aquele transeunte era a pomba da paz daquela extasiante manhã de felicidade.
Lá estava o Ypê que descrevo em letras maiúsculas, pois assim colocarei no altar da vida.
Motivos e olhares atentos almas sedentas da oração do amanhecer quando proferida numa sonoridade silenciosa:
Deus,… Que o meu olhar retenha em minha alma a dádiva celestial desse alvorecer, e que outros momentos sejam facultados a todos, principalmente aquele irmão que silenciosamente admirava e te reverenciava envolto nas flores que o solitário Ypê enfeita. AMEM…
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