
Às vezes eu sinto que estamos muito sós, neste mundo com a pesada tarefa de ter de consertar tudo o que está errado.
Você também, às vezes, se sente impotente para melhorar sua vida, sua casa, sua cidade, sua família, seu mundo, etc, etc , etc?
Se a sua história é parecida com minha, vou lhe um contar um incidente bem simples, que aconteceu, e que me fez mudar muito.
Certa vez, fui visitar um apiário (onde se criam abelhas).
Era pleno verão e eu, andando entre fileiras de casas de abelhas, ouvira um zumbido regular e constante, como se fosse o mar batendo na praia, em ondas e ondas.
Perguntei que zumbido era aquele e o dono do sítio respondeu que eram as abelhas exaustores.
Sim, senhor: abelhas exaustores!
Em cada colméia há um verdadeiro exército de abelhas, cuja única razão de existir está em limpar o ar que a comunidade de abelhas respira.
Conforme o tamanho da colméia, podem ser milhares de abelhas, de cabeça virada para dentro da colméia, e com as asas batendo, em altíssima velocidade.
Assim, “puxam” para fora da colméia o ar “usado” ao mesmo tempo que puxam para dentro o ar limpo.
É assim, pois, que cada colméia dispõe de ar condicionado: pelo trabalho incansável destas benditas abelhas exaustores.
E é também pelo seu trabalho que o mel das outras abelhas tem aquele perfume e gosto perfeitos.
E eu, cá com meus botões, imagino o que possa passar pela cabeça de cada uma daquelas abelhas exaustores…que ninguém dá atenção a ela, que seu trabalho é inútil, afinal o que é que uma única pobre abelha-exaustora pode fazer pelo ar de uma colméia inteira de abelhas?
Uma pobre abelha…e eu, um todo poderoso visitante de um sítio com milhares de colméias, cada colméia com milhares de abelhas, feitas as contas, somos muito parecidos.
Nós dois, a abelha e eu, temos momentos de exaustão, de desânimo.
Mas imediatamente nos aparece uma idéia salvadora, que torna a por cada coisa no seu devido lugar.
Ninguém, sozinho, pode fazer alguma coisa. Mas, em compensação, ninguém, jamais, está tão sozinho a ponto de não ter forças para nada.
Sempre, em qualquer condição, na colméia, em casa, no trabalho, aparece alguém disposto a bater as asas, ao nosso lado, no esforço de limpar o ar poluído deste mundo.
Limpá-lo da poeira, do medo, da dúvida, da falta de coragem, da falta de fé…