Agosto de 1930: Joseph Crater, com 45 anos de idade, despediu-se dos amigos num restaurante de Nova Iorque, entrou num táxi e foi embora. Nunca mais se ouviu falar dele. Cinqüenta anos de investigação e pesquisas ofereceram inúmeras teorias, mas nenhuma conclusão.
Desde que Crater se tornara um bem-sucedido Juiz do Supremo Tribunal de Nova Iorque, muitos suspeitaram de assassinato; entretanto, nenhuma pista sólida jamais foi descoberta. Outras opções surgiram: seqüestro, envolvimento com a máfia e, até mesmo, suicídio. Uma busca em seu apartamento revelou esta pista: um bilhete e um cheque, ambos em nome da esposa. A quantia escrita no cheque era bem grande e o bilhete dizia simplesmente: “Estou cansado demais. Com amor, Joe.”.
A nota talvez não passasse de um pensamento no final de um dia duro. Ou, quem sabe, significasse muito mais – poderia ser o epitáfio de um homem desesperado.
O cansaço pesa – e não me refiro ao cansaço físico provocado pelo esforço no trabalho, por exemplo, nem ao esgotamento mental que se segue a um dia de decisões difíceis. O cansaço que atacou o juiz Crater é bem pior. Trata-se do cansaço que surge pouco antes de você desistir por completo. É aquele ponto na vida em que a motivação desaparece, os filhos ficam adultos, perde-se o emprego, aposentado fica com tempo nas mãos. O resultado é um cansaço profundo, solitário, frustrado.
Reflexão, o tempo para contemplação – é o remédio para este tipo de cansaço. Há duas maneiras de seguirmos nossa vida movimentada. Uma, é parar de pensar. Outra, é parar e pensar. Muitas pessoas vivem da primeira maneira. Elas preencherão cada hora com atividades incessantes. Não ousam ficar a sós. Não há tempo de reflexão silenciosa em suas vidas. A segunda maneira, parar e pensar, é contemplar o porquê da vida e para que a vivemos.
A palavra refletir deriva de dois termos latinos: re, que significa “de novo” e flectere, que significa “voltar, dirigir-se”. Sendo assim, refletir é “voltar de novo” a algo, como um espelho devolve a imagem, dando a oportunidade de olharmos mais atentamente. A reflexão nos dá a oportunidade, durante o dia, de avaliarmos com mais atenção o que nos cerca, as pessoas à nossa volta e nós mesmos. Ao longo do dia de hoje, dê a si mesmo “mini-férias” de cinco a dez minutos. Permaneça sozinho, fique quieto e ouça o que seu coração tem a lhe dizer.
Desejo que você encontre momentos assim em sua vida; porém, é necessário diminuir o ritmo. E, para nos apropriarmos desses momentos, é preciso parar para tomar um fôlego.
Share this on WhatsApp