Pai…Ante a imensidão da vida que desconheço, ante tudo que sinto e não
compreendo, diante de tantas emoções, dispersas, vivas, intensas, vivências
que marcam o espírito, ante à tantas dores inexplicáveis, saudades eternas
e lembranças que não nos esquecem, ajuda-me a não perder a Fé…
A esperança no amanhã, e a crença no melhor. Ainda, que o céu se encha de
nuvens, ainda que a lua, para renovar-se se esconda, ainda que dorminhocas,
um dia, as estrelas se esqueçam de brilhar, que eu não perca a capacidade
de crescer, com a minha dor. Ainda, que um dia, a borboleta decida não sair
do casulo, e as flores, resolvam se importar com os espinhos, ainda que no
caminho para Deus, eu me veja sozinho, ajuda-me Pai amado, a confiar sempre,
no poder de transformação da vida… E na providência Divina, que nos ampara
e sustenta, no percurso da senda. Ainda, que a primavera se torne inverno,
e a saudade, que nunca se foi, volte mais forte, assegure e convença o meu
coração, de que nada é para sempre… Apenas o que somos em essência.
Pai… Venha ao meu encontro, toma-me em Seus braços amorosos, e permita-me
recostar a cabeça em Seu peito e esquecer todas as dores, que eu não
compreendo… Todas as lutas internas, travadas entre o que sente o coração,
e o que argumenta a razão… Entre o que sabemos, mas preferíamos não saber,
entre o que sentimos, mas preferíamos não sentir tanto… Porque somos fracos,
ou porque amamos, e renunciar, dói. Vivenciar as verdades espirituais,
como o desapego, a transitoriedade da vida, a brevidade do tempo,
do ponto de vista espiritual, quando para nós, as distancias parecem eternas,
para mim que sou pequeno, parece um obstáculo intransponível…
Por que, preocupar com isso? Por que quando nascemos, não obstante tenhamos
recebido uma nova oportunidade, de escrever uma história igualmente inédita,
embora, esta página esteja em branco, muitas outras, pelo mesmo autor,
foram antes escritas… Muitas experiências vivenciadas, dores conhecidas,
alegrias experimentadas, afinidades descobertas, batalhas vencidas,
flores cultivadas… Não somos brancos, como a folha, na qual estamos
a escrever, e por isso sabemos, sentimos, pré-sentimos, tentamos esquecer,
não mais nos iludimos, lutamos para permanecer, na vida, na trilha,
na busca infinita, pelo sorriso de Deus
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