Numa bela noite Alberto e Alice, já muito gorda, na Terra estão muito cansados e não têm energias para retornarem a sua favela e resolvem encostar o seu carrinho de pegar papel debaixo do viaduto para dormirem.
Neste momento, junto com os irmãos desencarnados e os irmãos encarnados um grupo de jovens vestidos de branco vem até onde eles estão e começam a formalizar um dialogo.
– Vocês vêm sempre aqui? Pergunta um dos jovens.
– Sim, responde um dos irmãos encarnados.
– Nós viemos aqui para servir pão e sopa para estes irmãos carentes.
– E vocês o que fazem aqui? Perguntam os irmãos encarnados.
– Somos estudantes de medicina residentes. Em nossa carreira de médico, temos que fazer estágios em todos os lugares.
– Estamos aqui não só para ajudar ou ensinar estas pessoas, mas principalmente para aprender com eles a verdadeira vida que muitos como eu desconhecem, visto que eu e minha família não passamos por estas necessidades como estas pessoas passam.
– Para mim e muitos de meus amigos quando aqui chegamos pela primeira vez, ficamos angustiados com tanto sofrimento e tanta fome, neste submundo em que eles vivem.
– Mas como DEUS quer que eles vivam assim, então que assim seja.
– Não meu amigo, responde o irmão encarnado que dialogava com o jovem médico, DEUS não quer isto não, pois gostaria que todos pudessem superar suas dificuldades e seus erros, e praticando o bem somente, pudessem conquistar situações bem melhores do que estão.
– Embora aqui não estejamos discutindo religião, e sim procurando fazer a caridade sem olhar a quem, nos desígnios de DEUS todos são livres e tudo podem fazer, sem esquecer que tudo que fizermos serão de nossa inteira responsabilidade.
Alguns outros jovens médicos se aproximam ainda mais de nosso irmão que está falando, atento a todos os detalhes. Um desses jovens médicos relata:
– Eu tinha uma tia que era “Espírita” como vocês e ela sempre comentava com minha mãe quando era viva, que tinha certeza que havia vida após a morte e minha mãe dizia que ela não podia falar aquilo, pois não tinha certeza de que isto poderia acontecer visto que ela não tinha provas concretas da existência da vida após a morte.
Neste momento, porém, uma irmã desencarnada que veio com a “Caravana da Caridade” se emociona e diz:
– Meu DEUS misericordioso, como pode ser possível isto acontecer neste momento, neste local e justamente comigo.
– Querido Pai de amor, este é meu sobrinho que eu gostava tanto e tínhamos uma relação tão grande.
– Fazia tanto tempo que eu estava naquele hospital e não tinha mais encontrado minha família que eu deixei na Terra, mas estava confiante que um dia eu os pudesse ver, pois sempre irmã Tereza que aqui está, disse que eu permanecesse tranqüila e serena que um dia se fosse permitido pelo Pai eu poderia reencontrá-los.
A emoção cada vez mais forte vai tomando conta de nossa querida irmã. Nesta hora seu sobrinho encarnado fala:
– Sabe, se eu perguntasse a vocês espíritas, como está minha tia no plano espiritual, vocês saberiam ou teriam condições de dizer?
– Querido irmãozinho, temos uma sensação muito forte que sua tia está bem, e para isto nós vamos colocar a mão em sua cabeça e através da emoção que você irá sentir, você verá que seu coração não terá dúvidas que ela está muito bem.
Neste instante nosso irmão encarnado coloca a mão no nosso jovem médico e este para espanto de todos ali que estavam e seus amigos de medicina começa a chorar e todos se arrepiam, pois sua tia pelos fluidos que emitia o condensa da ponta da unha do pé até o mais longo fio de cabelo.
A emoção é indescritível e então nosso irmão médico pede licença ao nosso irmão encarnado para fazer uma oração de Pai Nosso, o que prontamente é autorizado. Não há palavras ou adjetivos que possam narrar a cena que é vista por todos os desencarnados ou encarnados.
Nossa irmã Tereza de uma condição moral muito além dos demais se concentra e evoca os anjos e arcanjos e diz:
– Obrigada meu Pai por este momento que o senhor me proporcionou e desculpe por estar emocionada diante da beleza de suas obras, envolvida com suas criaturas.
– Obrigada meu Pai, por eu estar aqui agora e participar deste evento tão nobre. Rogo que possa abençoar todos os seus filhos que aqui estão.
Após a oração de Pai Nosso, quase todos estão em prantos, e começam a enxugar suas lagrimas e limpar o nariz que está escorrendo. Nossos irmãos Alberto e Alice que presenciam tudo ficam sem saber o que de fato está acontecendo, quando um dos médicos vem até ela e pede que ela fique em pé para examiná-la.
Nosso irmão conversa com ela sobre a gravidez e a orienta para tomar cuidado afim de não perder aquela criança que esta em seu ventre. Constatando algumas irregularidades em sua pressão, e seu inchaço nos pés ele pede que ela vá ao Hospital ali bem perto em que ele é residente para ser melhor examinada.
Atendendo seu pedido, ela vai no outro dia com uma senha que ele lhe deu, para fazer alguns exames mais pormenorizados. Constatam-se muitas irregularidades, mas agora medicada, nossa irmã começa um tratamento eficaz para sustentar a gravidez de nosso irmão “Mulato”.
Eles conseguem um barraco de madeira para poderem ficar, até por que, com aquela barriga enorme fica difícil permanecer debaixo das pontes e viadutos.
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