Domingo cedo na Terra quando se começa o primeiro raio de sol, Alice está sentindo fortes contrações e suas dores começam a aumentar. Sentindo fortes dores, ela chama Alberto que meio sonolento, tem dificuldades de se apressar em levá-la para o hospital da Terra.
A dificuldade de locomoção de nossa irmã é muito grande e Alberto pede ajuda a um vizinho seu da Terra para levar Alice até o hospital. Chegando lá ela é rapidamente atendida, mas sua dilatação ainda não está completa o suficiente.
Fica, então, numa ala em observação, enquanto lhe são dados medicamentos específicos para suportar as dores. Horas mais tarde sua dilatação está quase pronta e imediatamente ela é encaminhada para a sala de parto, onde irá ter a criança de forma natural.
Os médicos da Terra, intuídos pelos médicos espirituais, pedem-lhe que tenha calma. Neste momento, “Mulato” como era conhecido na reencarnação anterior, surge nas mãos do médico da Terra que lhe corta o cordão umbilical que o une a Alice.
Todos estão contentes, pois o parto foi um sucesso e nem a mãe e nem o filho correm qualquer risco de vida. Alice muito tímida e muito fria, mesmo assim consegue se emocionar um pouco com a criança que é colocada sobre os seus braços e bem perto do seu coração.
Após o trabalho de parto com todas as providencias de limpezas tomadas, a mãe é enviada para o quarto e o filho é remetido para a estufa, a fim de adaptar-se ao ambiente, depois de ficar por quase nove meses na barriga da mãe.
No outro dia, Alice recebe seu filho no quarto e já pode amamentá-lo, mas algo de estranho parece existir. Junto com o filho, Alice recebe a visita do médico da Terra e da Assistente Social do Hospital.
Vendo a presença de ambos, Alice fica um pouco receosa, e pela sua timidez não encontra palavras para perguntar o que estava acontecendo. A Assistente Social da Terra, então começa a conversar com Alice preparando-a para a noticia que veio dar, mas que mesmo pela sua vivencia nestes casos, falta-lhe forças e palavras para passar a noticia do problema de seu filho para Alice.
Participantes da equipe médica espiritual estão, também, todos no quarto dando sustentação para Alice receber com naturalidade a informação que a Assistente Social veio lhe trazer.
Após alguns instantes e respirando fundo, a Assistente Social começa divagando com Alice.
– Ficou contente com o nascimento de seu filho?
– Sim, responde Alice somente.
– Ficou contente por ser do sexo masculino?
– Sim, responde Alice quase que secamente.
– Seu marido gostaria que fosse homem ou mulher?
– Não sei, responde Alice.
A Assistente Social diante das respostas exíguas de Alice, começa a ficar sem condições de falar o porquê de estar ali.
– Você gostaria que seu filho viesse saudável?
– Tanto faz, responde Alice de forma muito fria.
– Pois bem, dona Alice, começa então a falar a Assistente Social.
– Seu filho é uma “criança excepcional”, “que nós chamamos de especial” ou seja, ele tem alguns problemas mentais, que necessitará de uma atenção maior da senhora.
– Ele precisará de sua ajuda em todos os momentos e necessidades, pois ele não terá condições de pedir ou fazer algo sozinho.
– A senhora entendeu o que eu quis dizer? Pergunta a Assistente Social do hospital.
– Não, responde Alice.
– Se for “louco”, eu prefiro deixá-lo aqui, diz Alice com bastante raiva. A Assistente Social fica indignada com a colocação de Alice e então lhe diz:
– Esta criança é seu filho, seu sangue e a senhora deve compreender que ele nada tem a ver com esta deficiência que possui e que ele precisa muito é da sua ajuda e sua atenção, pois ele é uma criança especial, que veio ao mundo como ser humano igual a nós e por isso necessita de todos os cuidados especiais e amor, que uma criança especial precisa.
– Lembre-se que ele é seu filho, parte do seu sangue está nele.
Alice parece não entender muito bem o recado.Após a retirada dos irmãos encarnados que estão no seu quarto, adormece. Mais tarde, após ter dormido algumas horas, os funcionários do hospital responsáveis por trazer as refeições para Alice, a chamam para alimentar-se.
Ela acorda, e como está com bastante fome toma aquela sopa de galinha com algumas torradas, que quase não consegue saciar a sua fome. Logo depois, é o momento de visitas no hospital, onde os parentes e amigos daqueles que estão lá vem visitá-los para saber como estão.
– Tudo bem? Pergunta Alberto.
– Tudo, responde Alice.
– Onde está nosso filho? Pergunta Alberto, que não vê seu filho ao lado de Alice.
– Sei lá, responde Alice.
– Acho que ele não vai vir, porque nasceu com problemas mentais, completa Alice.
– Que problemas? Pergunta Alberto.
– Eles falaram que ele tem problemas mentais, e eu não sei o que é isto, conclui Alice. Alberto fica furioso e diz a Alice:
– Não disse para você parar de beber se não a criança iria nascer com problemas.
– Lembra daquelas pessoas que iam levar comida debaixo do viaduto e dizia que você devia tomar cuidado com as coisas que estava dentro de sua barriga. Um forte sentimento de raiva toma conta de Alberto e então ele se retira do quarto sem falar nada.
Sai do hospital da Terra, com muita raiva contra Alice e vai andando de volta para sua casa, trazendo consigo muitos irmãozinhos inferiores, que começam a colocar coisas ruins na sua cabeça.
Chegando perto de sua casa, ele entra em um local da Terra onde são vendidas bebidas alcoólicas. Bebe muito e fica desorientado. Sua mente já não consegue concatenar mais suas idéias.
Os irmãozinhos inferiores, que lhe estão próximo se embebedam consigo. Só no outro dia da Terra, ele acorda com fortes dores de cabeça e vômitos, pois seu fígado está em péssimas condições, mesmo porque fazia até bom tempo em que ele não tinha bebido mais. Nosso irmão não sabe o que falar ou fazer, sua mente está quase que paralisada.
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