
No outro dia ele volta ao hospital e traz Alice e seu filho para casa, muito a contragosto, e revoltado com a situação facial do garoto. Chegando ao lar, Alice sente muitas dores, pois está com muitos gases e sua barriga parece muito inchada.
Alice não diz nada, coloca o filho no estrado de pau com um cobertor em cima e vai para o outro lado da casa descansar um pouco. Algumas criaturas da Terra, seus vizinhos, vêm lhe visitar e trazer-lhe uma pequena recordação.
É imperioso dizer que muitos estão dando o que nem para eles é suficiente. É emocionante lembrar e verificar que está se dando quase o que não tem. Como é maravilhoso ver alguém dividir algo que lhe é único.
É um gesto da verdadeira caridade. Após alguns instantes Alberto se retira, e logo depois quando volta, já está embriagado novamente, coisa que ele havia deixado e era motivo de muita alegria para todos.
Diante do seu descontrole físico, ele adormece rapidamente e Alice se vê em dificuldade de ajudar seu filho que começa a chorar. Rapidamente ela tira sua blusa e coloca o bico do seio na boca de seu filho, que está muito faminto.
Neste momento, uma de suas vizinhas de barraco chega trazendo algumas coisas para ela comer, pois imaginava que ela estava com fome e que não teria condições de cozinhar alguma coisa. A noite foi terrível para a mãe e o filho, visto que enquanto um chorava como se estivesse com muitas dores, nossa irmã com muitos gases, não encontrava posições físicas, para descansar.
No outro dia, bem cedo, Alberto sai sem nada dizer a Alice. Pega seu carrinho de catar papelão e vai para as ruas cheio de raiva. Na manhã da Terra, Alice está muito cansada e seu filho parece que está muito ofegante e com febre.
Uma outra vizinha vem até o local, onde ela está e fala que ela deve ir ao hospital para ver o que está passando com ela e seu filho. Os irmãos vão até o local em que estavam outros irmãos encarnados, e pedem que eles possam ajudar uma mulher que acabara de ganhar um filho e estavam passando mal.
Chegam ao hospital rapidamente e são atendidos, constatando a equipe médica da Terra que ambos estão carentes de alimentação adequada. No caso do filho, o caso é mais grave, pois ele está com infecção nos brônquios e precisa ser socorrido imediatamente.
Balão de oxigênio e soro são colocados no garoto que a cada momento piora mais. Na casa “A Luz do Caminho” os irmãos incumbidos de realizarem o processo de desencarne na Terra, estão preparados, pois terão mais um trabalho nos próximos momentos, visto que o estado de pneumonia é muito acentuado.
Autorizados pela força maior da “Casa”, os irmãos vão rapidamente a Terra e estão junto ao leito onde “Mulato”, está fisicamente frágil. Seu liame que liga o corpo ao espírito, está prestes a se romper.
Neste momento os irmãos médicos da Terra que controlam os batimentos cardíacos e pulsação de nosso irmão, através de aparelhos eletrônicos, dizem que o garoto morreu. Os irmãos desencarnados responsáveis, pelo desenlace estão trabalhando com muito carinho e fervor para que aquele espírito possa ser conduzido a casa “A Luz do Caminho”, afim de que ele possa superar a perturbação que virá adiante. Chegando a casa “A Luz do Caminho”, “Mulato” se restabelece com ajuda dos enfermeiros espirituais.
Após um tempo diferente do tempo da Terra, “Mulato” pergunta a “Clotilde” uma das enfermeiras do “Hospital Bezerra de Meneses” o que aconteceu contigo, o que nossa irmã disfarça sabiamente, pois não é a hora e nem ele está preparado para entender o que lhe aconteceu. Na Terra seus pais já estão recuperados pela morte do filho, pois para eles não fazia muita diferença ele ter morrido ou ficado vivo.
“Mulato” com a grande ajuda da equipe espiritual, vai se melhorando e recuperando rapidamente e já está inclusive assistindo as reuniões evangélicas feitas na casa “A Luz do Caminho”. Certo dia “Mulato” é convidado para assistir uma reunião evangélica na Terra, a fim de manter um contato com os irmãos encarnados.
A “Casa Espírita” está repleta e o orador da noite na Terra, faz uma bela explanação da vida após a morte, o que mantém a atenção não só dos irmãos encarnados, mas dos desencarnados, também.
Ao final da palestra, todos os encarnados e desencarnados começam a receber os passes fluidos que são ministrados pelos “médiuns” da Terra. Das mãos destas maravilhosas criaturas, jorram fluídos e luzes que se traduzem num clima de esperança e paz para todos.
Após ter tomado também o passe, “Mulato” se vira para o lado a fim de olhar para todos os encarnados que ali estavam e fica atônito.
– Irmão Frederico, aqueles irmãos encarnados ali, eu não os conheço? Pergunta.
– Sim, irmão. Você se lembrou bem, pois eles lhe davam comida quando você estava na Terra.
– Oh meu DEUS! Como a vida é pequena. Então eu morri mesmo.
– Gostaria de dar-lhes um abraço e dizer-lhes muito obrigado pelo que fizeram por mim.
– Sei hoje que é pouco para eles, mas para mim continuar meu esclarecimento é muito importante.
– Fique tranqüilo, diz Frederico.
– Como você não conseguirá falar-lhes ou tocar-lhes, vamos nos aproximar deles, e suas vibrações irão enaltecer seus corações. Assim é feito, e cada irmão que “Mulato” se aproxima, forte emoção toma conta dos corações dos irmãos, trazendo-lhes fortes arrepios e uma sensação extraordinária de bem estar.
A reunião da Terra está terminando e chamado para fazer a prece de encerramento dos trabalhos, um irmão encarnado com voz pausada, vai fazendo os agradecimentos necessários e principalmente agradecendo ao Pai pela oportunidade de poder saber, mesmo sem ver, que muitos espíritos vieram ali trazer seu amor e seu aconchegante carinho para com todos os encarnados.
Após o termino da reunião, todos se confraternizam e em seguida o “Veículo Espiritual” que os conduziu a Terra, retorna ao seu local de origem, deixando para traz inúmeros irmãos encarnados, também emocionados.