Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo a mais imprevisível das criaturas. Outro dia, atravessando a rua, deparo com um cego. Ele estava parado na esquina.
Pensei, pensei, e com a melhor das intenções peguei no braço do “ceguinho” e ajudei-o a atravessar a rua.
Quando cheguei do outro lado, larguei-o e segui meu caminho.
Estava super feliz e pensava: “Hoje cumpri minha missão, fiz um gesto super bonito…”.
Quando olho para trás, eis que vejo outra pessoa atravessando novamente o “ceguinho”.
Pensei… o que teria acontecido!!!
Sem pensar duas vezes, fui correndo buscá-lo (agora já do outro lado da rua). Novamente, atravessei-o e fui embora.
Segui meu caminho.
Para meu espanto, quando olhei pra trás novamente, estavam atravessando novamente o “ceguinho”.
Ahhh, não! Desta vez não aguentei e gritei:
– PAREM COM ISSO, VOCÊS NÃO ESTÃO VENDO QUE ELE QUER FICAR DESTE LADO DE CÁ?
E para meu espanto, o ceguinho abriu a boca e falou:
– Pessoal, agradeço-lhes pela ajuda, mas não seria mais interessante vocês ME PERGUNTAREM o que EU REALMENTE quero fazer?
Nesta hora, todos pararam e eu pensei: nossa, o “ceguinho fala”! Absurdo, não? Mas foi assim que pensei…
Para resumir, o ceguinho estava apenas esperando seu parente na esquina. Ele não queria ir nem pra direita, nem pra esquerda, só queria esperar…
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