Quando as cortinas do entardecer deslizavam por sobre o horizonte, tentei parar o tempo para ouvir o canto da natureza. Aqui; bem perto da minha janela, divisava as nuvens num balé de graciosos movimentos denunciando o ritual para receber a lua nova.
Deixei-me ficar contemplando os arbustos, ao sopro divinal, como a espargir a névoa generosa iniciando o gotejamento redentor nas gramíneas e nas árvores frutíferas do meu recanto de paz. Extasiado, quase extático, suspirava profundamente sobre tudo que emana do Criador. Pássaros trinavam suas canções… Em bandos…, buscavam o recolhimento nos arbustos, que-, silenciosamente os acolhia por entre as folhas que ainda retinham os últimos raios da tarde que se ia…
Apoiando o queixo sobre as mãos sobrepostas sentia os cotovelos apoiar-me
confortavelmente convidando-me a profundas reflexões.
Ao Buscar-te por entre as folhas da figueira; Suspirei intensamente ao ver Teu Manso Olhar;
Ao sentir tua voz fez-me repleto de esperança;
Ao libertares Lázaro teu amor resplandeceu; Ao por do sol Tu estavas ensinando aos Teus
Ao sentir o ribombar do meu coração, Tu me amparavas.
Nesse monólogo -, ao som da bicharada, sentia vontade de um dedo de prosa com Deus…
Sentia-me fora do meu corpo a buscar-te por entre as folhas que se uniam,
formando ninhos aconchegantes para acomodar as aves que enfeitavam o céu.
Alguns momentos; havia um vazio em meus pensamentos, eu apenas suspirava…,suspirava e suspirava; num preito de amor homenageando o silêncio.
Uma voz falava-me carinhosamente aproveitando o silêncio do poeta, que apenas emanava de suas entranhas o gosto pela vida, o deleite gracioso do abraço do entardecer na esperança de contemplar a lua nova…
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