Nos instantes que me ponho a meditar…me vejo criança…
Meu olhar vagueia pela cabeleira que a neve adornou de branco;
Lembrando-me dos folguedos da minha gente nas fogueiras de São João;
Tinha pipoca quentinha, milho assado mugunzá;
Canjica, milho cozido, arroz doce com canela;
Tinha até pé de moleque feito de puba com coco;
Tinha rojão e ‘espada’ que zunia lá no céu;
Tinha meninas dengosas em seus vestidos de chita;
Cada uma mais bonita, todas enfeitadas de fitas; com chapéus e lindas tranças…
Um sorriso de donzela…, com os lábios avermelhados;
parecendo milho assado na fogueira de são João;
Da fogueira até subia… Faíscas feito estrelas; colorindo o meu sertão;
A menina se chegava com cheiro de pó de arroz…até fazia…o coração suspirar…
Saia rodada enfeitada colorida de vermelho, mais parecia uma deusa;
diante de um grande espelho;
O coração trepidava vendo o vento balançar; os enfeites dos chapéus…
deixando o rosto a mostra e um sorriso angelical…
Olhares feitos de sonhos nos sonhos que a vida ensina;
Pulseiras feitas de fitas…cada uma mais bonita; e no chapéu uma flor;
A fogueira solitária; pouco a pouco avermelhada contrastando com os balões;
Na hora da despedida…quase morrendo de dor;
vendo a fogueira se apagando e o rosto envolto em sereno;
Sentia um que de saudades…bum…bum.. bum dentro do peito
E um sorriso quase desfeito, pela fria separação;
Assim eu canto o meu canto; sozinho lembrando tanto
Das festas do meu são João…
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