Afinidade…
Não é o mais brilhante, mas é o mais sútil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediante a vida.
É a vitória do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro.
Ter afinidade é muito raro, mas quando ela existe não precisa, de códigos verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece, até depois que as pessoas deixam de estar juntas.
Afinidade é ficar, ainda que longe, pensando parecido, a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem e sensibilizam.
Afinidade é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.
Afinidade é sentir com…
Nem sentir contra, nem sentir para…
Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.
Afinidade é um sentimento singular, discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância, mas é percebido na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar, de sorrir…
Afinidade é retomar a relação no tempo em que parou.
Porque o tempo e a separação nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada pelo tempo para que a maturação, pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse crescer cada vez mais.
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