Ao colorido das primeiras flores da primavera, faço-me sensível observando a transformação.
Minha alma que viajou por entre as veredas da vida, sente e pulsa qual o bater do coração que mantém um diálogo diuturno com Deus.
Ávido de esperança, balbucio meus lábios numa perene oração.
Jesus, na trajetória que para mim escolhi, sigo frágil e devedor em todos os momentos da minha existência buscando no trajeto que me guias, os cascalhos que vou juntando e numa maravilhosa oração que me concedes,vou polindo-os com o meu buril mental.
Sou o operário da estrada íngreme que me sugeriste e quero num esforço supremo caminhar quantos passos sejam necessários para ver Tua luz.
Estou distante…, todavia, move meus braços, levanta minha cabeça, açoita meus pés, numa simbiose de luz onde vejo o azeite para a luzerna das núpcias futuras.
Minha fronte está voltada para ti não no altar sangrento da tua cruz,
mas no alvorecer de todas as manhãs, na roupa limpa que me concedes,
ou no bule quente do café matutino onde beijo a minha companheira,
e nos passo seguros por onde me guias todos os dias, ou talvez no piscar dos meus olhos na busca do bem, e assim sigo a caminhada por entre as palavras que consigo externar do fundo da minha ousadia de a ti me dirigir com tanta liberdade, Jesus…,Sou o mó do moinho triturado o trigo, ou artesão da mesa farta que me destes por tantos anos-, e se me deres o arado para que eu possa sulcar a terra, semearei a tua semente de luz com a minha voz que grita aos quatro cantos por onde passo, ou no altar da minha consciência, ou quem sabe na peregrinação do meu andar.
Conceda-me Senhor a Espada de David, não para exterminar, mas para reverenciar os que de mim se aproximam. Cada vez que falo ou penso em Ti, vejo José o Teu enviado a subir as ruínas de Belém de Judá com o seu cajado e as rédeas do saudoso jumentinho como Tu cognominasse, e sobre o dorso estavas acenando ainda no ventre de tua generosa mãe-, e de todos nós, externando no teu aceno “Vinde a mim quando estiveres cansados fracos e oprimidos “
