
Adoção
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Vejo uma menina moça,
Cuja tristeza retrata no rosto,
A infância sofrida, a saudade do lar,
A falta de amor.
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Traz no semblante amargurado,
Os sinais da angústia e da dor,
Escondendo, de todos que passam, no ventre,
Uma linda e pequenina flor.
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Esta flor, um ente querido,
Retorna ao mundo, em busca da vida,
Para cicatrizar as feridas,
Que o passado sangrou.
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Pelo pensamento, suplica a vida,
Pede à mãe o carinho, de que tanto precisa,
Para retornar à lida,
Que um dia deixou.
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A mãe, desesperada,
É visitada por um anjo iluminado,
Que a faz lembrar de quantas famílias
Não podem ter um filho amado.
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E assim, ao nascer a criança,
Sua mãe a abraça e, com os olhos molhados, lhe diz:
Segue, criança querida, a estrada da vida,
Que Deus te abençoe, seja feliz…
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Com o passar do tempo, com outra família,
A criança, o amor e a esperança reencontrou
E agora, crescida, pede a Deus todos os dias,
Que abençoe a mãe desconhecida que um dia a deixou…
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Que permitiu que estivesse viva,
Que a trouxe ao mundo e compreendeu,
Que somos todos uma família,
Filhos do mesmo Deus.